terça-feira, 9 de abril de 2019

UE e China celebram 21.ª cimeira bilateral em Bruxelas com poucas hipóteses de sucesso



União Europeia e China celebram hoje, 09 de Abril em Bruxelas, a 21.ª cimeira bilateral, que parece condenada a terminar com poucas razões para celebrações, havendo boas possibilidades de as partes não chegarem sequer a acordo sobre uma declaração conjunta.

Do lado europeu, muitas vozes defendem que não estão reunidas as condições para acordar uma declaração com Pequim, face ao que a UE classifica como um reduzido empenhamento da China no cumprimento dos seus compromissos, ou mesmo promessas não cumpridas, a nível de comércio, economia, clima e direitos humanos.

Conforme indica á página da Inforpress, as fontes diplomáticas explicaram que as partes “ainda estão a negociar o texto”, mas que ninguém ficará surpreso se UE e China não adoptarem no final da cimeira uma declaração conjunta. Como já tinha acontecido em 2016 e 2017, sendo que, á ausência de um texto firmado conjuntamente por Bruxelas e Pequim representará um insucesso maior, sendo assim à actual conjuntura geopolítica, designadamente com a guerra comercial entre Estados Unidos e China como pano de fundo.

O comércio é um dos grandes temas sobre a mesa e um dos motivos da discórdia, face à política proteccionista chinesa, que a Europa tem tentando, vão, convencer Pequim a alterar, com vista a proporcionar às empresas europeias as mesmas condições no mercado chinês que as empresas chinesas beneficiam na Europa.

Ainda a nível do comércio, notou-se uma apreensão para a “nova rota da seda” através da qual os chineses pretendem chegar cada vez a mais países do globo. A UE reclama da China como sendo um maior empenhador na reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para além dos temas mencionadas há também outros temas centrais da cimeira, na qual o bloco europeu estará representado pelos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Conselho Europeu, Donald Tusk, e a China pelo primeiro-ministro Li Keqiang, acompanhado de vários ministros.



A economia é outra pasta que não promete discussões fáceis, numa altura em que a UE aperta à vigilância aos investimentos chineses em sectores-chave da economia europeia, e em que, indiferente às inquietações de Bruxelas, Pequim vai negociando acordos bilaterais com Estados-membros europeus (estando prevista precisamente para esta semana a expansão da presença chinesa nos Balcãs Ocidentais, com a assinatura de uma série de acordos com países da Europa central e de Leste, numa cimeira a ter lugar na Croácia).


A página da Inforpress alerta que, também na agenda estará a questão dos dispositivos da quinta geração móvel (5G), outro tema “pouco pacífico” nas actuais relações UE-China, face às preocupações de Bruxelas a nível de segurança, designadamente de riscos de espionagem pela “gigante” chinesa de telecomunicações Huawei, como alega Washington, que levaram mesmo a Comissão Europeia a emitir no mês passado recomendações aos 28.

Entre outros temas que têm tudo para não reunir consenso à volta da mesa, os líderes abordarão questões de política externa (e são muitos sobre os quais as partes têm diferentes entendimentos, como o conflito russo-ucraniano), o combate às alterações climáticas e, esperam os europeus, os direitos humanos, que fonte diplomática admitiu tratar-se de um tema “que “nunca é fácil de abordar” com Pequim.

A cimeira tem início às 13:00 no local e em Cabo Verde pelas 10:00 que segundo a agenda oficial, deverá durar cerca de três horas.



Fonte Inforpress

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