União Europeia e China celebram hoje,
09 de Abril em Bruxelas, a 21.ª cimeira bilateral, que parece condenada a
terminar com poucas razões para celebrações, havendo boas possibilidades de as
partes não chegarem sequer a acordo sobre uma declaração conjunta.
Do lado europeu, muitas vozes defendem
que não estão reunidas as condições para acordar uma declaração com Pequim,
face ao que a UE classifica como um reduzido empenhamento da China no
cumprimento dos seus compromissos, ou mesmo promessas não cumpridas, a nível de
comércio, economia, clima e direitos humanos.
Conforme indica á página da Inforpress,
as fontes diplomáticas explicaram que as partes “ainda estão a negociar o
texto”, mas que ninguém ficará surpreso se UE e China não adoptarem no final da
cimeira uma declaração conjunta. Como já tinha acontecido em 2016 e 2017, sendo
que, á ausência de um texto firmado conjuntamente por Bruxelas e Pequim
representará um insucesso maior, sendo assim à actual conjuntura geopolítica,
designadamente com a guerra comercial entre Estados Unidos e China como pano de
fundo.
O comércio é um dos grandes temas sobre
a mesa e um dos motivos da discórdia, face à política proteccionista chinesa,
que a Europa tem tentando, vão, convencer Pequim a alterar, com vista a
proporcionar às empresas europeias as mesmas condições no mercado chinês que as
empresas chinesas beneficiam na Europa.
Ainda a nível do comércio, notou-se uma
apreensão para a “nova rota da seda” através da qual os chineses pretendem
chegar cada vez a mais países do globo. A UE reclama da China como sendo um maior
empenhador na reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para além dos
temas mencionadas há também outros temas centrais da cimeira, na qual o bloco
europeu estará representado pelos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude
Juncker, Conselho Europeu, Donald Tusk, e a China pelo primeiro-ministro Li
Keqiang, acompanhado de vários ministros.
A economia é outra pasta que não
promete discussões fáceis, numa altura em que a UE aperta à vigilância aos
investimentos chineses em sectores-chave da economia europeia, e em que,
indiferente às inquietações de Bruxelas, Pequim vai negociando acordos
bilaterais com Estados-membros europeus (estando prevista precisamente para
esta semana a expansão da presença chinesa nos Balcãs Ocidentais, com a assinatura
de uma série de acordos com países da Europa central e de Leste, numa cimeira a
ter lugar na Croácia).
A página da Inforpress alerta que, também
na agenda estará a questão dos dispositivos da quinta geração móvel (5G), outro
tema “pouco pacífico” nas actuais relações UE-China, face às preocupações de
Bruxelas a nível de segurança, designadamente de riscos de espionagem pela
“gigante” chinesa de telecomunicações Huawei, como alega Washington, que
levaram mesmo a Comissão Europeia a emitir no mês passado recomendações aos 28.
Entre outros temas que têm tudo para
não reunir consenso à volta da mesa, os líderes abordarão questões de política
externa (e são muitos sobre os quais as partes têm diferentes entendimentos,
como o conflito russo-ucraniano), o combate às alterações climáticas e, esperam
os europeus, os direitos humanos, que fonte diplomática admitiu tratar-se de um
tema “que “nunca é fácil de abordar” com Pequim.
A cimeira tem início às 13:00 no local
e em Cabo Verde pelas 10:00 que segundo a agenda oficial, deverá durar cerca de
três horas.
Fonte Inforpress
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