O processo da justiça norte-americana sobre as dívidas públicas ocultas de Moçambique envolve mais cinco suspeitos moçambicanos, além do ex-ministro das Finanças Manuel Chang.

Entre
os de nacionalidade moçambicana, acusação inclui dois nomes rasurados que só
serão divulgados após o cumprimento de mandados de detenção e outros três moçambicanos,
cujas identidades não são descritas no documento e que terão recebido dinheiro
em transferências bancárias de contas localizadas nos Emirados Árabes Unidos e
em Nova Iorque.
Segundo
as informações avançadas pela Agência Lusa, o caso das dívidas ocultas de
Moçambique está a ser investigado pelo tribunal dos EUA, no distrito leste de
Nova Iorque, Brooklyn, baseia-se no código do Estados Unidos do Ato das
Práticas de Corrupção Estrangeiras (FCPA, na sigla em inglês), que condena o
pagamento de subornos a membros de governos.
Até
ao momento, foram já formalmente acusados cinco suspeitos: o ex-ministro das
finanças moçambicano Manuel Chang, o negociador libanês Jean Boustani que era
executivo do Privinvest Group, uma holding sedeada no Abu Dabi detentora de um
estaleiro naval, e três antigos banqueiros que intermediaram empréstimos
superiores a dois mil milhões de euros com garantia estatal de Moçambique, o
neozelandês Andrew Pearse, antigo diretor do banco Credit Suisse, o britânico
Surjan Singh, diretor no Credit Suisse Global Financing Group e a búlgara
Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo.
Em declaração a Agência Lusa adiantaram que, muitos
elementos do Governo moçambicano receberam subornos da empresa armadora
Privinvest em ligação com os projetos moçambicanos. Ainda confirmaram que três
empresas ligadas à segurança marítima e pescas estão acusados na
norte-americana.
Manuel
Chang é acusado de ter sido subornado com mais de 5 milhões de dólares, visto
que dos quatro acompanhantes do crime primeiro recebeu pelo menos 8,5 milhões,
o segundo recebeu pelo menos 9,7 milhões de dólares e o terceiro teve pelo
menos dois milhões de dólares em subornos da Privinvest.
Manuel
Chang, foi detido no tribunal na África do Sul, acusado de lavagem de dinheiro
e fraude financeira. O ex-ministro da Finanças permanecerá sob
custódia até voltar a ser ouvido e o seu advogado já indicou que vai contestar
o pedido de extradição para os Estados Unidos.
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