sexta-feira, 8 de março de 2019

Acusação inclui mais cinco suspeitos moçambicanos além de ex-ministro


O processo da justiça norte-americana sobre as dívidas públicas ocultas de Moçambique envolve mais cinco suspeitos moçambicanos, além do ex-ministro das Finanças Manuel Chang.

De acordo com a Agência Lusa, cinco pessoas de nacionalidade moçambicana já foram acusadas, de subornos, para além dos sete que estão também ligados ao negócio que envolve empréstimos de dois mil milhões de dólares para o Estado angolano, acentuando uma crise financeira que levou o país a entrar em 'default' no pagamento aos credores internacionais.
Entre os de nacionalidade moçambicana, acusação inclui dois nomes rasurados que só serão divulgados após o cumprimento de mandados de detenção e outros três moçambicanos, cujas identidades não são descritas no documento e que terão recebido dinheiro em transferências bancárias de contas localizadas nos Emirados Árabes Unidos e em Nova Iorque.
Segundo as informações avançadas pela Agência Lusa, o caso das dívidas ocultas de Moçambique está a ser investigado pelo tribunal dos EUA, no distrito leste de Nova Iorque, Brooklyn, baseia-se no código do Estados Unidos do Ato das Práticas de Corrupção Estrangeiras (FCPA, na sigla em inglês), que condena o pagamento de subornos a membros de governos.
Até ao momento, foram já formalmente acusados cinco suspeitos: o ex-ministro das finanças moçambicano Manuel Chang, o negociador libanês Jean Boustani que era executivo do Privinvest Group, uma holding sedeada no Abu Dabi detentora de um estaleiro naval, e três antigos banqueiros que intermediaram empréstimos superiores a dois mil milhões de euros com garantia estatal de Moçambique, o neozelandês Andrew Pearse, antigo diretor do banco Credit Suisse, o britânico Surjan Singh, diretor no Credit Suisse Global Financing Group e a búlgara Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo.
Em declaração a Agência Lusa adiantaram que, muitos elementos do Governo moçambicano receberam subornos da empresa armadora Privinvest em ligação com os projetos moçambicanos. Ainda confirmaram que três empresas ligadas à segurança marítima e pescas estão acusados na norte-americana.
Manuel Chang é acusado de ter sido subornado com mais de 5 milhões de dólares, visto que dos quatro acompanhantes do crime primeiro recebeu pelo menos 8,5 milhões, o segundo recebeu pelo menos 9,7 milhões de dólares e o terceiro teve pelo menos dois milhões de dólares em subornos da Privinvest.
Manuel Chang, foi detido no tribunal na África do Sul, acusado de lavagem de dinheiro e fraude financeira. O ex-ministro da Finanças permanecerá sob custódia até voltar a ser ouvido e o seu advogado já indicou que vai contestar o pedido de extradição para os Estados Unidos.

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